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Antes da Mecânica dos Fluidos ser computacional, ela já era real. E é graças a ela, e sendo real, que podemos atravessar o Atlântico em poucas horas, a altíssimas velocidades, pelo ar. Afinal, a aerodinâmica é fascinante. Que bom que eu nasci em um período em que muitas coisas já são conhecidas! E eu posso estudá-las! Que pena que nem tudo o que achamos ser possível prever e medir sem erros nós podemos, de fato.
Em nome dessa nossa tentativa de compreender as nossas falhas para poder evitá-las futuramente, e em respeito aos prejudicados com elas, vou deixar esta postagem tomar lugar daquela que deveria ser sobre a comunidade científica na Nuvem. Permitam-me fazer uma análise pessoal a respeito do que tem aparecido por aí.
Na matéria de 06/06/2009 do Blog da Metsul é feita uma análise da relação entre as causas do acidente com o voo da Austral 2553, no Uruguai, em 1997, com o recente acidente do Air France 447. O motivo seria a obstrução das entradas dos tubos de Pitot - responsáveis pela medição da velocidade - por cristais de gelo.
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A velocidade de Mach é um fator crítico. A elevadas altitudes, então, torna-se um pouco mais. Essa velocidade mede quantas vezes o avião está em relação à velocidade do som. Você me diria que a velocidade do som, ou seja, Mach 1, é aproximadamente 1200km/h. Mas eu te digo: aqui embaixo. Lá em cima, como a temperatura do ar é muito menor, a velocidade do som é bem menor, fazendo com que o avião possa registrar Mach 1 a 900 km/h, por exemplo, sem fazer cálculos. Assim, um avião a 900km/h em relação ao ar, a 2.000 metros de altitude, poderá registrar Mach 0.85, digamos. Mas os mesmos 900 km/h poderão ser registrados como Mach 1 a 10.000 metros. Considerando que a barreira de compressão do ar à frente da aeronave, quando ela se aproxima de Mach 1, implica numa resistência muito elevada, e que a altitude de vôo é variável, o piloto automático é setado para manter uma velocidade de Mach determinada, ao invés de km/h ou nós, sempre abaixo da velocidade do som naquela altitude para vôos subsônicos. No Boeing 777, por exemplo, a velocidade de cruzeiro é definida como Mach 0.87.
Qualquer uma das entradas obstruídas do tubo de Pitot vai gerar uma diferença de pressão menor entre a estática (entradas perpendiculares ao vento) e a de estagnação (entrada paralela ao vento), provocando uma leitura de velocidade menor. Os tubos de Pitot devem ser aquecidos, e funcionam bem se secos. A dúvida que está sendo levantada é se a umidade congelada (partículas de gelo) no topo de nuvens de tempestade podem ou não obstruir essas entradas. Considerando que o gelo possui um calor específico (uma "velocidade de absorção de calor") muito maior do que o ar seco, o aquecimento dos tubos de pitot poderia ser ineficiente nessas condições.

Assim, digamos que o tubo de Pitot foi obstruído indicando uma velociade relativa ao ar menor do a real, e o avião começou a acelerar pelo piloto automático. Os pilotos, confiando naqueles instrumentos de altíssima tecnologia, nada fizeram, mas deixaram o avião cruzar Mach 1 (real), região de extrema resistência do ar para acima da qual a aeronave não foi projetada, entrando em "overspeed". Somando a uma possível elevada turbulência, uma parte fundamental do avião pode simplesmente ter sido "arrancada".
Tudo hipótese. Tenho fé que a caixa-preta será encontrada. Ela fica sempre na cauda da aeronave. Seria "só" procurar a cauda no fundo do mar... Ela poderá esclarecer muita coisa.
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Bons Comentários. Parabéns
ResponderExcluirHospedeiras