3 de junho de 2009

Seus problemas acabaram


A computação em nuvem está crescendo. Mas... o que é isso?

Ela é baseada nos conceitos de "infraestrutura como serviço", "plataforma como serviço" e "software como serviço". Enfim, "computação como serviço". 'Tá... ainda não entendi'. 'E o que isso tem a ver com a comunidade de CFD?'.


Ok, vou tentar explicar desde o início, e deixarei a relação com CFD - e com qualquer comunidade científica - para a próxima postagem. Digamos que você tenha uma grande idéia que demanda computação e queira implementá-la. Por exemplo: você é proprietário de uma firma ou coordenador de um grupo de pesquisa, e deseja uma rede de comunicação e banco de dados extremamamente eficientes. Mas há um problema: você não sabe nada de redes, de servidores, de banco de dados, de armazenamento e de segurança na web, ou até sabe, mas sabe também que não é o "guru" no assunto. Até o presente momento, lhe restavam duas opções: ou você corria atrás de um profissional no assunto, ou de alguns profissionais para projetar um servidor, um sistema e tomar conta dessa parte, ou você abandonava o barco. Mas abandonar o barco nem sempre é garantia de sobrevivência: se a sua idéia é boa, se vai trazer vantagens para uma comunidade e manter estável e saudável a circulação de bens e (novos) serviços, além de mais dinheirinho no bolso, por que abandonar o barco?

Vamos lá, eu te entendi: porque não se sabe o quão fundo e seguro é o leito sob o barco. É verdade. Quem disse que aquele grupo de "gurus" será tão eficiente quanto aquele contratado pelo seu concorrente, que está surgindo do outro lado do oceano e você ainda nem sabe? Ou ainda, falando de profissionais na Tecnologia da Informação (TI), sejam eles engenheiros, desenvolvedores, ou leitores de notícias: se o conhecimento deles não estiver no foco principal da organização à qual fazem parte, como ter certeza da boa produtividade desses funcionários? Neste caso eu sugiro: transforme-os em prestadores de serviços, e transforme-se, você, em cliente.

'O quê? Aqueles a quem eu poderia muito bem oferecer empregos para servirem apenas à minha organização devem agora ser independentes, sendo necessário pedir orçamentos?'. Sim, e eu vou continuar tentando explicar: seja dentro do seu grupo, seja como prestadores de serviços, se esses profissionais em computação não fizerem o trabalho direito, eles poderão deixar o leito assorear - e todos terão de abandonar o barco. Entretanto, se a organização da qual o pessoal de TI faz parte depender apenas de seus conhecimentos e trabalho - os quais são de missão crítica -, a dedicação deles será muito maior, pois a sua janta à noite depende dos anos investidos no objeto do seu estudo: a oferta de TI de qualidade.

Agora, acho que você já entendeu porque a computação em nuvem está crescendo: grupos de trabalho (que necessitam de elevado grau de cooperatividade e compartilhamento de informações em tempo real) não têm jogado suas fichas num departamento interno de TI. Esses grupos têm buscado grandes companias cujo foco e objeto de faturamento é único: fornecer infraestrutura de computação, plataforma de desenvolvimento e software de gerenciamento como serviço (Sun Cloud, Salesforce.com e Google Apps, por exemplo). E de altíssima qualidade: afinal, seus serviços e a profundidade do leito sob o barco - a satisfação dos grupos e empresas como clientes - dependerão dela.

Agora, eu lhe faço duas perguntas:
1. Que serviço de computação de alto desempenho, plataforma ou software você poderia oferecer?
2. Que serviço de computação de alto desempenho, plataforma ou software você poderia requerer?

Isso e muito mais foi discutido, de 2 a 5 de junho, no JavaOne 2009, em São Francisco, EUA.

E é justamente a segunda pergunta que a comunidade científica poderia querer responder, através de uma terceira pergunta:

3. Como ter grande eficiência na comunicação e informação sobre pesquisas entre laboratórios da cidade, do país, ou do mundo? Na próxima postagem, estarei sugerindo uma das possíveis respostas.

2 comentários:

 
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